sexta-feira, setembro 14, 2012


"Podia pensar em ti, dizer que te quero assim, só assim, assim como és, como me és, poderia mentir, mentir sempre, dizer a verdade que me minto, que não consigo deixar de me mentir. Dizer-te amo-te e pensar não consigo deixar de te amar. E não é igual, não é, amar é amar, só amar, a paz de um sentir, o conforto de um querer, e não conseguir deixar de amar é o tumulto, as mãos sempre despregadas, os dedos sempre trémulos, as pernas sempre por andar, sempre por caminhar. E eu. Eu sempre por me ser. Poderia mentir-te e dizer que te amo. Amo-te. Mas amo-te como se ama o que não se pode deixar de amar. Amo-te como se ama o que não posso deixar de ser. Amo-te para continuar, amo-te para conseguir. Um passo depois do outro: respirar, respirar. Amo-te como respiro. Percebes agora, percebes, diz-me que percebes – percebes, agora, porque não consigo deixar de te amar?"

 Pedro Chagas Freitas, in "INCONGRUÊNCIAS DA SORTE"

4 comentários:

lemale disse...

sweet

Anónimo disse...

Percebo!

a_dan ' disse...

lindo, lindo, lindo!

a_dan ' disse...

lindo, lindo, lindo!